Conheça Achim Hofstädter, o fisioterapeuta de Rubens Barrichello

20/04/2011 21:58

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Achim Hofstädter começou no rali e passou para a F-1 em 2004. Desde 2006, trabalha com Barrichello

 

 

O tímido alemão cuida do bem-estar físico e alimentar do piloto nos fins de semana de corrida e é também um grande fotógrafo nas horas vagas

O trabalho de um fisioterapeuta na Fórmula 1 é um dos menos conhecidos, mas que possui muita importância no desempenho de um piloto. A função foi introduzida na categoria nos anos 1970 por Niki Lauda, que levava o “mago” Willy Dungl para as pistas para cuidar de seu bem-estar físico e alimentar. O sucesso do piloto austríaco e, principalmente, sua inacreditável “ressurreição” após o pavoroso acidente de Nürburgring fez com que a F-1 abrisse os olhos para este tipo de profissional.

Hoje, vários deles estão no paddock. E uma das figuras mais interessantes é a do alemão Achim Hofstädter, desde 2004 na categoria e há seis temporadas trabalhando diretamente com Rubens Barrichello. Sediado no sul do país, nas montanhas alpinas de Garmisch-Partenkirchen, Hofstädter diverge bastante do padrão que temos dos alemães. É baixo, moreno e muito tímido. É extremamente dedicado também, o que rende elogios do piloto brasileiro.

“Gosto de pessoas simples que dão o sangue pelo trabalho. Foi tudo o que aprendi com meu pai e eu gosto da simplicidade das pessoas. E o Achim é assim, tem um respeito muito grande e é muito bom no que faz”, diz Barrichello.

O início do alemão no automobilismo foi no Mundial de Rali, em 1997, levado pelo compatriota e piloto Armin Schwarz. No WRC, Hofstädter trabalhou com diversos nomes, como os de Tommi Mäkkinen, Juha Kankunnen, Richard Burns e Petter Solberg.

Com os dois últimos, trabalhou na temporada em que eles foram campeões do mundo. Mais que colegas, eram amigos. “Ainda tenho contato com Petter e tinha contato com Richard, mas infelizmente ele adoeceu e faleceu”, conta o fisioterapeuta, ao mesmo tempo em que a voz embarga. Pergunto do impacto nele da morte de Burns, que morreu no final de 2005 ainda jovem devido a um tumor cerebral. O tímido Hofstädter resume: “foi um golpe duro”.

A mudança para a Fórmula 1 ocorreu em 2004: “quando Petter foi campeão, pensei que seria uma boa ideia mudar de ambiente. Tinha trabalhado em alguns testes com o Takuma Sato na BAR, que era a equipe do David Richards, e ele me convidou para trabalhar na Fórmula 1”.

O ofício é o mesmo, mas Hofstädter logo identificou as distintas exigências que cada modalidade impõe aos pilotos. “No rali, o piloto precisa estar bem ao longo de um dia inteiro, como se fosse uma maratona. E são três dias que contam. Eles vão para uma especial, depois tentam relaxar, outra especial, e assim vai. Aqui é mais como um sprint. As forças são maiores, mas a concentração fica mais em duas sessões específicas: a classificação e a corrida. São ambos muito exigentes”, analisa.

A parceria com Rubens Barrichello começou quando o brasileiro passou a integrar a equipe Honda. “Comecei com Takuma Sato e, quando chegou em 2006, eu queria permanecer na equipe e perguntei se seria possível trabalhar com Rubens. Acho que funcionou bem, porque ainda estou aqui hoje. É muito bom trabalhar com Rubens, me divirto. Ele é relaxado, tranquilo e bem-humorado”, conta.

 

Nestes anos todos, os dois desenvolveram uma série de “piadas internas”. Barrichello revela uma delas: “na nossa primeira corrida juntos, ele me fez rir porque deve ter perguntado para algum brasileiro como se dizia ‘boa sorte’ em português, mas ele chegou para mim e disse algo como ‘boa serge’. Eu não entendi e entrei no carro, mas na corrida seguinte ele repetiu e eu dei risada: ‘mano, meu nome não é Sérgio’. Ele, que é tímido, ficou super sem-graça e pediu desculpas, mas expliquei que ele não tinha dito nenhuma coisa feia. Hoje, ele diz ‘boa sorte’ corretamente, mas a gente sempre dá risada por conta desse episódio”.

Nos momentos em que Rubens Barrichello está em reuniões técnicas com a equipe ou no briefing dos pilotos, Hofstädter aproveita para se dedicar a seu grande hobby: a fotografia.  Desde 2009, ele leva um F-1 de brinquedo para os circuitos e o usa como personagem para compor imagens impressionantes. O piloto de plástico foi batizado de Biberle e o material pode ser conferido no site do "Rennfahrer Biberle"rennfahrerbiberle.com/

“Divirto-me bastante com as fotos. Mas tenho que ser realista. É com a fisioterapia que eu tiro o meu sustento”, diz o alemão, deixando claro que realmente gostaria de ampliar seu horizonte profissional com as fotos. “Seria bom se, de vez em quando, eu pudesse fazer algo relacionado à fotografia também”, admite. Com Biberle como portfólio e com sua dedicação, certamente ele vai chegar lá.

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