Barrichello avisa que só segue na Williams se carro melhorar
05/05/2011 12:20
Brasileiro vê com bons olhos as mudanças no comando da equipe, mas quer ver resultados concretos dentro da pista
Longe dos pontos nas três primeiras provas do ano, Rubens Barrichello não poderia estar satisfeito com o rendimento da Williams. O piloto brasileiro recebeu bem as mudanças que a equipe vem fazendo em seu corpo técnico, mas destacou que o carro precisa melhorar de fato para que ele possa se posicionar em relação ao futuro. “Logicamente não estou feliz com o que aconteceu desde os treinos até a corrida da China. A gente não consegue nem traduzir o que tivemos nos testes, tem muita gente achando que os tempos que fizemos foram abaixo do peso, tentando arrumar patrocinador, o que é um pensamento bem infantil. Não aconteceu isso”, afirmou em entrevista ao TotalRace. “Isso me traz muito descontentamento porque, pode colocar o piloto mais experiente ou o mais jovem do mundo e o carro não vai mudar. Nesse sentido, preciso muito que a Williams melhore para que a gente possa chegar a um acordo. Porque desse jeito as coisas estão muito paradas, então não está valendo a pena. A gente tem muitas mudanças acontecendo e espero que tragam coisas boas, porque o carro tem que melhorar”, desabafou. O piloto afirmou que ainda é cedo para dizer se a saída, no final do ano, do diretor técnico Sam Michael e do chefe de aerodinâmica Jon Tomlinson, e a chegada de Mike Coughlan terãoimpacto positivo no time. “O bom do Sam Michael ficar até o final ano é que ele não terá que se preocupar com o carro do ano que vem, o que faz com que o carro continue melhorando até o fim da temporada. Haverá uma outra equipe, com outro projetista, que vai bolar o carro do ano que vem. Por isso, a entrada do Mike Coughlan na equipe só deve ter frutos em 2012.” Falando sobre a contratação de Coughlan, que foi punido pelo envolvimento central no escândalo de espionagem entre Ferrari e McLaren em 2007, Barrichello não quis entrar em polêmica. “A partir do momento que um personagem entra no time e o torna vencedor, o passado fica longe. Não tenho nenhum problema com as pessoas que erraram no passado e que visam acertar no futuro. Se ele realmente trouxer benefícios como acho que pode trazer, é muito bem-vindo.” Em relação ao GP da Turquia, o brasileiro está preocupado com a interferência do frio no comportamento dos pneus. “A curva oito praticamente determina todo o circuito, porque ela basicamente irá comer o pneu dianteiro. Se ele estiver abaixo da temperatura, certamente vai escorregar mais e a borracha vai embora. É meio atípico. Nunca tivemos frio na Turquia, então não sei se isso vai melhorar o piorar a situação.” Para Barrichello, os pneus macios continuam sendo a melhor alternativa. “Como o pneu mole fica mais no trilho, ele gasta menos. O pneu duro esparrama muito mais, o que faz com que ele desgaste mais. Então deve ser pior com pneu duro do que com o mole. Temos dois jogos de pneus super duros para serem testados na sexta-feira, quando algumas avaliações para ver se ele será melhor para o futuro. Não acredito que, se for melhor para cá, eles vão conseguir fornecer para todos, mas pelo menos vamos testar.”
(colaboraram Felipe Motta e Luis Fernando Ramos, de Istambul)